Meu Deus, 2009 voou. O tempo está passando rápido demais. Já estamos no meio de janeiro. Parece que foi ontem que eu levantei a batina para pular sete ondas e jogar umas florzinhas para Iemanjá.
Essas medições de tempo não podem estar certas. Os cientistas, como sempre, devem estar enganados.
A verdade é que o tempo anda como o dólar: dia a dia tem sua cotação diminuída.
Antigamente, 1 milhão das verdinhas era uma fortuna. Hoje, cabe numa meia.
Uma década era uma eternidade. A última foi tão rápida que ainda nem escolhemos a sua melhor caricatura, algo que foi tão simples e imediato com os anos 50, 60, 70, 80 e 90. Numa hora se faziam muitas coisas. Hoje, não se vai nem do centro ao bairro.
Alguém precisa fazer alguma coisa urgentemente. Se não podemos parar o tempo, devemos ao menos criar mecanismos de contagem menos opressores, que diminuam a nossa angústia.
De certa maneira, eu me sinto um pouco responsável. Quando eu alterei o calendário juliano, eu suprimi dez dias e mudei a regra do ano bissexto implementada pelo imperador Adriano (não o do Flamengo, o outro). A intenção era apenas corrigir o ano solar. Eu não sabia que esses diazinhos iam fazer tanta falta. O fato é que hoje poucas nações não observam o calendário gregoriano para acompanhar a passagem do tempo.
Por essa razão senti que era minha obrigação propor uma nova reforma. Algo que, se não fizer o tempo diminuir sua velocidade, nos retire a pressão de acompanhar o seu ritmo.
Minha proposta é extremamente simples. Proponho colocar mais um mês no calendário: onzembro. Quais as vantagens de esticar o ano em mais 30 dias? São inúmeras, mas antes vamos combater os principais problemas apontados pelos opositores dessa ideia. A principal questão levantada pelos cientistas é que esse mês extra iria atrapalhar o controle do transcorrer das estações. Daí eu pergunto: e as estações já não estão bagunçadas mesmo? Num mesmo dia já não faz inverno e verão? Alguns cientistas sociais creem que esse mês adicional faria as pessoas trabalharem mais. É verdade, sacrifícios deverão ser feitos. O pior efeito colateral de minha proposta é que o Congresso teria mais um mês de recesso.
Em compensação, as vantagens superariam muito os pequenos desconfortos que ela poderia acarretar. Pra começar, finalmente muitas empresas pagariam o tão prometido 14º salário. O mês de dezembro e o seu fígado seriam menos onerados. Haveria uma distribuição mais justa de festas de fim de ano. Os professores poderiam continuar fazendo suas greves sem comprometer o ano letivo dos estudantes. E, por fim, e não menos importante, você não faria aniversário com tanta frequência. Claro que um mês a mais no calendário não funciona com creme antirrugas, não interrompe a ação do tempo. No entanto, a cada doze anos você perde um. É quase um programa
de milhagem de rejuvenescimento moral. Peço que você reflita um pouco sobre o que aqui propus, mas não demore muito na sua reflexão. Este ano tem Copa do Mundo e eleições.Vai passar voando. Bem dizer, 2010 já está se encaminhando para o final.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
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Vou respeitar sua opiniao. Vc é o papa no assunto.
ResponderExcluirAAARRRGGGHHH!!! Por que eu demorei tanto pra ler essa postagem? O dito no comentário anterior foi a primeira coisa em que pensei quando achei esta página! Inferno! (Perdão, Sua Santidade!)
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